ESTRATÉGIAS
DE APRENDIZAGEM OU PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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ESTUDO DE CASO
Essa técnica tem por
objetivo colocar o aluno em contato com uma situação profissional real ou
simulada. Real, quando o professor toma uma situação profissional existente e a
apresenta aos alunos para ser encaminhada com soluções adequadas. Simulada,
quando o professor, tendo por objetivo a aprendizagem de determinados conceitos,
ou teorias, ou habilidades, ou valores, "compõe" uma situação
simulada com vários aspectos reais.
Hoje encontramos
estudos de caso ou cases, como costumam ser denominados em quase todas as áreas
de conhecimento, e muitos deles já se encontram em sites ou em outros programas
de computação (por exemplo, jogos de empresa), permitindo um debate com a própria
máquina para a sua solução.
Qual é o objetivo
desta técnica? O que ela ajuda a aprender?
Entrar em contato com
uma situação real ou simulada de sua profissão, buscando uma solução para o
problema;
Fazer uma análise
diagnostica da situação, levando em conta as variáveis componentes;
Buscar informações
necessárias para o encaminhamento da situação-problema;
Aplicar as
informações à situação real, integrando teoria e prática;
Ser capaz de aprender
a trabalhar em equipe, se a técnica, a juízo do professor, incluir a
possibilidade de discussão entre os colegas na busca de solução;
Desenvolver a
capacidade de analisar problemas e encaminhar soluções e preparar-se para
enfrentar situações reais e complexas, mediante a aprendizagem em ambiente não
ameaçador (sala de aula).
Como usar essa
técnica?
Ela pode ser usada
após o estudo de um conteúdo, como aplicação prática da teoria estudada, e
então o aluno já dispõe das informações básicas para resolver o caso. Ou
poderá ser empregada como elemento motivador para aprendizagem, e então o caso
será apresentado antes dos estudos teóricos, incentivando o aluno a buscar as
informações necessárias para a solução do problema ou na bibliografia de que
dispõe, ou em discussão em duplas ou trios com os colegas usando as mesmas
fontes, ou solicitando auxílio do professor quando absolutamente necessário.
Conheci a experiência
de um professor de Contabilidade que organizou todo o conteúdo de um bimestre
num estudo de caso simulado para ser resolvido, no qual havia situações
conhecidas e desconhecidas dos alunos. As questões conhecidas permitiram
revisão de matéria; as desconhecidas motivaram os alunos a aprenderem
trabalhando em aula e fora dela. O assunto novo era por demais árido e
difícil. E a experiência foi um sucesso de aprendizagem segundo o depoimento do
professor.
Em qualquer das duas
hipóteses (usar o estudo de caso como prática do que foi estudado ou como
motivador para a aprendizagem), pode-se trabalhar com um único caso ou com
casos diferentes.
Sempre será interessante
um plenário para se discutirem as soluções encontradas visando ao
enriquecimento do grupo, ou porque é possível que as soluções sejam diferentes,
ou porque os processos de solução podem ser variados, ou porque, se forem casos
diferentes, a abrangência da experiência será bem maior.
ENSINO COM PESQUISA
Trata-se hoje de uma
estratégia fundamental para a melhoria da qualidade dos cursos de graduação,
aceita e defendida por todas as instituições de ensino superior. É a pesquisa
se iniciando já na formação dos profissionais contemporâneos. Além disso, é
uma técnica que permite o desenvolvimento de várias aprendizagens:
Tomar iniciativa na
busca de informações, dados e materiais necessários para o estudo;
Entrar em contato com
as mais diferentes fontes de informações (livros, revistas, periódicos, anais
de congressos, músicas, fotos etc.) e com os mais diversos ambientes
informativos (bibliotecas, Internet, sites etc.), com especialistas de seu curso
e de outras instituições mediante entrevistas, e-mails etc.;
Selecionar,
organizar, comparar, analisar, correlacionar dados e informações;
Fazer inferências
segundo dados e informações, levantar hipóteses, checá-las, comprová-las,
reformulá-las e tirar conclusões;
Elaborar um relatório
com características científicas;
Comunicar os
resultados obtidos com clareza, ordem, precisão científica, oralmente ou por
escrito.
Essa é uma estratégia
que pode ser usada uma vez no semestre ou duas no ano, dado o tempo que ela
consome. Tempo esse que será em pequena parte dos momentos das aulas e em
grande parte de momentos fora das aulas.
Também precisa ficar
claro que a técnica só pode ser levada a efeito se o professor estiver disposto
a orientar seus alunos nessa atividade. Não será suficiente "mandar os
alunos fazer pesquisa". Será necessário orientar como se faz uma pesquisa
e acompanhar sua realização.
Quais são as etapas
dessa estratégia?
Motivar os alunos a
participarem da atividade, discutindo com eles no que consiste a pesquisa, a
riqueza de aprendizagem que encerra, sua validade, a importância e como se
relaciona com a aprendizagem que se está desenvolvendo naquela disciplina e
naquele semestre.
Discutir os critérios
para a escolha do assunto ou da situação a ser pesquisada, lembrando que a
pesquisa pode ser bibliográfica, ou de campo, ou incluindo ambos os aspectos.
Dividir a turma em
pequenos grupos, ficando cada um com um aspecto do assunto a ser pesquisado ou
com um tema próprio.
Apresentar e discutir
com os alunos o que vem a ser um plano de pesquisa, seus elementos e sua
organização:
Definição precisa de
um problema;
Metodologia de
pesquisa, ou seja, com que método vai trabalhar para coletar informações
necessárias para responder ao problema, como vai organizá-las e interpretá-las;
Bibliografia a ser
consultada;
Escolha de
procedimentos a serem usados;
Coleta de dados e sua
respectiva análise;
Realizar a conclusão,
respondendo às hipóteses;
Elaboração do
relatório científico.
Comunicar os
resultados a toda a classe e discuti-los em seguida. Sugere-se que essa
comunicação seja dinâmica, usando pôsteres, PowerPoint, cartazes ou outras
formas que incentivem a participação de todos os alunos.
Duas questões sempre
aparecem quando discutimos esse assunto: haverá tempo suficiente para se fazer
um trabalho como esse? Qual será o comportamento do professor durante a
atividade?
Tempo para essa
atividade: de dois a dois meses e meio. Grande parte dele fora de sala de aula,
paralelamente às outras atividades do semestre. O tempo de aula usado será
algumas vezes para orientar o trabalho de pesquisa e para a comunicação final.
A outra questão
apresenta-se muito mais séria: a atitude do professor será a de um orientador
de pesquisa. Em princípio, os alunos não sabem pesquisar. O professor deverá
orientá-los e, de tempos em tempos, se reunir com o grupo para acompanhar o
desempenho deles na pesquisa. Em que tempo? Ora marca-se uma orientação
durante o intervalo do cafezinho, ora no final de uma aula, ora se destina o
tempo de uma aula para orientação de todos os grupos. E nessa orientação o que
se faz? Observa-se se todos estão pesquisando, os fichamentos do material lido,
relatórios de discussão do grupo, se o plano de pesquisa estabelecido está
sendo cumprido, se estão no caminho correio ou se desviando muito do tema da
pesquisa, e o professor procurará sempre orientar para o objetivo daquela
pesquisa e analisar com eles o tempo que vem sendo empregado. É necessário
também orientar para a elaboração do relatório final, lembrando que há várias
publicações, com linguajar adaptado aos alunos, que dão indicações detalhadas
sobre como realizar trabalhos desse tipo.
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