segunda-feira, 5 de junho de 2017

ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM OU PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS (2)

ESTUDO DE CASO

Essa técnica tem por objetivo colocar o aluno em contato com uma situação profissional real ou simulada. Real, quando o professor toma uma situação profissional existente e a apresenta aos alunos para ser encaminhada com soluções adequadas. Simulada, quando o professor, tendo por objetivo a aprendizagem de determinados con­ceitos, ou teorias, ou habilidades, ou valores, "compõe" uma situa­ção simulada com vários aspectos reais.
Hoje encontramos estudos de caso ou cases, como costumam ser denominados em quase todas as áreas de conhecimento, e muitos deles já se encontram em sites ou em outros programas de compu­tação (por exemplo, jogos de empresa), permitindo um debate com a própria máquina para a sua solução.
Qual é o objetivo desta técnica? O que ela ajuda a aprender?
Entrar em contato com uma situação real ou simulada de sua profissão, buscando uma solução para o problema;
Fazer uma análise diagnostica da situação, levando em conta as variáveis componentes;
Buscar informações necessárias para o encaminhamento da situação-problema;
Aplicar as informações à situação real, integrando teoria e prática;
Ser capaz de aprender a trabalhar em equipe, se a técnica, a juízo do professor, incluir a possibilidade de discussão entre os colegas na busca de solução;
Desenvolver a capacidade de analisar problemas e encaminhar soluções e preparar-se para enfrentar situações reais e com­plexas, mediante a aprendizagem em ambiente não ameaça­dor (sala de aula).
Como usar essa técnica?
Ela pode ser usada após o estudo de um conteúdo, como aplica­ção prática da teoria estudada, e então o aluno já dispõe das infor­mações básicas para resolver o caso. Ou poderá ser empregada como elemento motivador para aprendizagem, e então o caso será apresen­tado antes dos estudos teóricos, incentivando o aluno a buscar as in­formações necessárias para a solução do problema ou na bibliografia de que dispõe, ou em discussão em duplas ou trios com os colegas usando as mesmas fontes, ou solicitando auxílio do professor quan­do absolutamente necessário.
Conheci a experiência de um professor de Contabilidade que organizou todo o conteúdo de um bimestre num estudo de caso si­mulado para ser resolvido, no qual havia situações conhecidas e desconhecidas dos alunos. As questões conhecidas permitiram revisão de matéria; as desconhecidas motivaram os alunos a aprenderem trabalhando em aula e fora dela. O assunto novo era por demais ári­do e difícil. E a experiência foi um sucesso de aprendizagem segundo o depoimento do professor.
Em qualquer das duas hipóteses (usar o estudo de caso como prática do que foi estudado ou como motivador para a aprendiza­gem), pode-se trabalhar com um único caso ou com casos diferentes.
Sempre será interessante um plenário para se discutirem as solu­ções encontradas visando ao enriquecimento do grupo, ou porque é possível que as soluções sejam diferentes, ou porque os processos de solução podem ser variados, ou porque, se forem casos diferentes, a abrangência da experiência será bem maior.

ENSINO COM PESQUISA

Trata-se hoje de uma estratégia fundamental para a melhoria da qualidade dos cursos de graduação, aceita e defendida por todas as instituições de ensino superior. É a pesquisa se iniciando já na for­mação dos profissionais contemporâneos. Além disso, é uma técnica que permite o desenvolvimento de várias aprendizagens:
Tomar iniciativa na busca de informações, dados e materiais necessários para o estudo;
Entrar em contato com as mais diferentes fontes de informa­ções (livros, revistas, periódicos, anais de congressos, músicas, fotos etc.) e com os mais diversos ambientes informativos (bibliotecas, Internet, sites etc.), com especialistas de seu cur­so e de outras instituições mediante entrevistas, e-mails etc.;
Selecionar, organizar, comparar, analisar, correlacionar dados e informações;
Fazer inferências segundo dados e informações, levantar hipó­teses, checá-las, comprová-las, reformulá-las e tirar conclusões;
Elaborar um relatório com características científicas;
Comunicar os resultados obtidos com clareza, ordem, preci­são científica, oralmente ou por escrito.
Essa é uma estratégia que pode ser usada uma vez no semestre ou duas no ano, dado o tempo que ela consome. Tempo esse que será em pequena parte dos momentos das aulas e em grande parte de momentos fora das aulas.
Também precisa ficar claro que a técnica só pode ser levada a efeito se o professor estiver disposto a orientar seus alunos nessa atividade. Não será suficiente "mandar os alunos fazer pesquisa". Será necessário orientar como se faz uma pesquisa e acompanhar sua realização.
Quais são as etapas dessa estratégia?
Motivar os alunos a participarem da atividade, discutindo com eles no que consiste a pesquisa, a riqueza de aprendiza­gem que encerra, sua validade, a importância e como se rela­ciona com a aprendizagem que se está desenvolvendo naque­la disciplina e naquele semestre.
Discutir os critérios para a escolha do assunto ou da situação a ser pesquisada, lembrando que a pesquisa pode ser biblio­gráfica, ou de campo, ou incluindo ambos os aspectos.
Dividir a turma em pequenos grupos, ficando cada um com um aspecto do assunto a ser pesquisado ou com um tema próprio.
Apresentar e discutir com os alunos o que vem a ser um plano de pesquisa, seus elementos e sua organização:
Definição precisa de um problema;
Metodologia de pesquisa, ou seja, com que método vai trabalhar para coletar informações necessárias para responder ao problema, como vai organizá-las e interpretá-las;
Bibliografia a ser consultada;
Escolha de procedimentos a serem usados;
Coleta de dados e sua respectiva análise;
Realizar a conclusão, respondendo às hipóteses;
Elaboração do relatório científico.
Comunicar os resultados a toda a classe e discuti-los em se­guida. Sugere-se que essa comunicação seja dinâmica, usando pôsteres, PowerPoint, cartazes ou outras formas que incenti­vem a participação de todos os alunos.
Duas questões sempre aparecem quando discutimos esse assunto: haverá tempo suficiente para se fazer um trabalho como esse? Qual será o comportamento do professor durante a atividade?
Tempo para essa atividade: de dois a dois meses e meio. Grande parte dele fora de sala de aula, paralelamente às outras atividades do semestre. O tempo de aula usado será algumas vezes para orientar o trabalho de pesquisa e para a comunicação final.
A outra questão apresenta-se muito mais séria: a atitude do professor será a de um orientador de pesquisa. Em princípio, os alunos não sabem pesquisar. O professor deverá orientá-los e, de tem­pos em tempos, se reunir com o grupo para acompanhar o desempe­nho deles na pesquisa. Em que tempo? Ora marca-se uma orientação durante o intervalo do cafezinho, ora no final de uma aula, ora se destina o tempo de uma aula para orientação de todos os grupos. E nessa orientação o que se faz? Observa-se se todos estão pesquisando, os fichamentos do material lido, relatórios de discussão do grupo, se o plano de pesquisa estabelecido está sendo cumprido, se estão no caminho correio ou se desviando muito do tema da pesquisa, e o professor procurará sempre orientar para o objetivo daquela pesquisa e analisar com eles o tempo que vem sendo empregado. É necessário também orientar para a elaboração do rela­tório final, lembrando que há várias publicações, com linguajar adaptado aos alunos, que dão indicações detalhadas sobre como realizar trabalhos desse tipo.


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