ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM OU PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS (3)
(SANTANNA & MENEGOLLA, 1991).
ENSINO POR PROJETOS
Essa técnica
apresenta um aspecto diferente das que a precederam. No estudo de caso, o
aluno aprende a resolver problemas; no ensino com pesquisa aprende a pesquisar,
elaborar relatório científico, debater com colegas os resultados obtidos nas
várias pesquisas. O objetivo do ensino por projeto é criar condições para que o
aluno aprenda a propor o encaminhamento e desenvolvimento de determinada
situação, partindo de uma análise diagnóstica; indicando os objetivos a serem
atingidos (situação ideal futura), as etapas de realização do projeto, e para
cada uma delas estabelecendo metas parciais, tempo, participantes, ações,
responsabilidades, recursos, estratégias; organizando um sistema de
acompanhamento de avaliação e feedback; de tal forma que a realização e
integração das várias etapas apresentem o projeto concluído.
Outro objetivo é
ajudar o aluno a relacionar a teoria com a prática, relacionar as disciplinas
entre si encaminhando para uma atitude interdisciplinar e para um exercício de
integração dos conhecimentos de diferentes áreas.
Desenvolver atitude
prospectiva e habilidade de planejamento diante de uma situação também faz
parte dos objetivos. Trata-se de uma estratégia de alto alcance no que diz
respeito às aprendizagens profissionais. Evidente que o projeto proposto poderá
ser mais simples ou mais complexo. Poderá envolver só uma disciplina ou
integrar várias delas em sua realização, propiciando uma experiência
integrativa de conhecimento e uma experiência de interdisciplinaridade. Aliás,
esta última forma de realizá-los é mais condizente com a realidade
profissional, que é profundamente interdisciplinar.
O encaminhamento
dessa técnica é muito parecido com o procedimento da técnica do "ensino
com pesquisa". O professor poderá solicitar que cada aluno (se o projeto
for individual) ou cada grupo escolha um projeto que seja de seu interesse.
Discutirá com o grupo os passos para realização do projeto e acompanhará a
elaboração deste de forma contínua, evitando vir a tomar conhecimento do
resultado apenas no final do tempo estabelecido para tal, perdendo assim a
possibilidade de ajudar o aluno a aprender mediante a elaboração de um projeto.
A finalização dessa atividade deverá contar com a apresentação dos projetos
para toda a turma, com debate sobre cada um deles, para que todos possam
aproveitar dos trabalhos realizados por cada grupo ou aluno e desenvolver
assim suas aprendizagens. A apresentação também é um momento de aprendizagem e
não apenas um encerramento de trabalhos.
DESEMPENHO DE PAPÉIS (DRAMATIZAÇÃO)
Consideremos alguns
exemplos: alunos do curso de Medicina participam de uma situação simulada de
entrevista com um paciente, na qual um deles faz o papel de doente, o segundo
de médico e o terceiro de observador; um grupo de alunos do curso de Direito
participa de um júri em que um faz o papel de advogado de defesa, outro de
promotor, outro de réu, outro de juiz, outros de júri; alunos do curso de
Pedagogia ou Licenciatura participam de uma reunião numa escola para definir o
planejamento do ano, na qual um faz o papel de diretor, outro de professor,
outro de servente, outro de bedel, outro de supervisor, outro de secretário, outro
de pai de aluno, outro de aluno; alunos do curso de Odontologia participam de
uma equipe de consultório em que um faz o papel de secretária, outro de
paciente, um terceiro de auxiliar, outro de cirurgião-dentista-chefe, outro de
protético; alunos do curso de Economia e Administração formam uma equipe para
discutir os novos rumos de uma empresa, na qual um é o dono, outro é o
contador, outro é o responsável pelas finanças, um quarto pela matéria-prima,
outro pelo marketing, outro pela pesquisa de mercado, outro pelo contato com os
clientes; e assim por diante.
Esses exemplos
mostram como alunos podem aprender desempenhando papéis próprios de suas
realidades profissionais. Cria-se uma situação-problema, organiza-se uma equipe
com membros diferenciados e pede-se que todos, cada um defendendo seu papel,
dialogue com os outros para resolver o problema apresentado.
Para que a
aprendizagem aconteça é fundamental que cada elemento assuma integralmente seu
papel, isto é, comporte-se como tal, defenda as posições próprias daquele
papel, procure ter as reações e atitudes próprias daquele personagem.
São objetivos dessa
técnica: que seus participantes desenvolvam a empatia (capacidade de se colocar
no lugar do outro, o que é fundamental para nossas atividades profissionais),
a capacidade de desempenhar papéis de outros e de analisar situações de
conflito segundo não só o próprio ponto de vista, mas também o de outras
pessoas envolvidas.
Além disso, que
possam trabalhar com valores como desenvolvimento pessoal, aquisição de
habilidades de relacionamento interpessoal, consciência de si mesmo,
independência social, sensibilidade a situações grupais.
É uma técnica mais
voltada para o desenvolvimento de habilidades e atitudes dos alunos; o que não
impede que ocorra, considerando determinados conteúdos já estudados ou sendo
estudados naquele momento.
Essa estratégia em
muito incentiva a participação dos alunos e permite avaliar de que modo ele se
comporta, na prática, como profissional diante das questões colocadas.
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