segunda-feira, 5 de junho de 2017

ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM OU PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS (3) 
(SANTANNA & MENEGOLLA, 1991).

ENSINO POR PROJETOS

Essa técnica apresenta um aspecto diferente das que a precede­ram. No estudo de caso, o aluno aprende a resolver problemas; no ensino com pesquisa aprende a pesquisar, elaborar relatório científico, debater com colegas os resultados obtidos nas várias pesquisas. O objetivo do ensino por projeto é criar condições para que o aluno aprenda a propor o encaminhamento e desenvolvimento de determi­nada situação, partindo de uma análise diagnóstica; indicando os objetivos a serem atingidos (situação ideal futura), as etapas de reali­zação do projeto, e para cada uma delas estabelecendo metas par­ciais, tempo, participantes, ações, responsabilidades, recursos, estra­tégias; organizando um sistema de acompanhamento de avaliação e feedback; de tal forma que a realização e integração das várias etapas apresentem o projeto concluído.
Outro objetivo é ajudar o aluno a relacionar a teoria com a prá­tica, relacionar as disciplinas entre si encaminhando para uma atitude interdisciplinar e para um exercício de integração dos conheci­mentos de diferentes áreas.
Desenvolver atitude prospectiva e habilidade de planejamento diante de uma situação também faz parte dos objetivos. Trata-se de uma estratégia de alto alcance no que diz respeito às aprendizagens profissionais. Evidente que o projeto proposto poderá ser mais sim­ples ou mais complexo. Poderá envolver só uma disciplina ou integrar várias delas em sua realização, propiciando uma experiência integrativa de conhecimento e uma experiência de interdisciplinaridade. Aliás, esta última forma de realizá-los é mais condizente com a realidade profissional, que é profundamente interdisciplinar.
O encaminhamento dessa técnica é muito parecido com o pro­cedimento da técnica do "ensino com pesquisa". O professor poderá solicitar que cada aluno (se o projeto for individual) ou cada grupo escolha um projeto que seja de seu interesse. Discutirá com o grupo os passos para realização do projeto e acompanhará a elaboração deste de forma contínua, evitando vir a tomar conhecimento do resultado apenas no final do tempo estabelecido para tal, perdendo assim a possibilidade de ajudar o aluno a aprender mediante a elaboração de um projeto. A finalização dessa atividade deverá contar com a apresentação dos projetos para toda a turma, com debate sobre cada um deles, para que todos possam aproveitar dos trabalhos reali­zados por cada grupo ou aluno e desenvolver assim suas aprendiza­gens. A apresentação também é um momento de aprendizagem e não apenas um encerramento de trabalhos.

DESEMPENHO DE PAPÉIS (DRAMATIZAÇÃO)

Consideremos alguns exemplos: alunos do curso de Medicina participam de uma situação simulada de entrevista com um pa­ciente, na qual um deles faz o papel de doente, o segundo de médico e o terceiro de observador; um grupo de alunos do curso de Direito participa de um júri em que um faz o papel de advogado de defesa, outro de promotor, outro de réu, outro de juiz, outros de júri; alu­nos do curso de Pedagogia ou Licenciatura participam de uma reu­nião numa escola para definir o planejamento do ano, na qual um faz o papel de diretor, outro de professor, outro de servente, outro de bedel, outro de supervisor, outro de secretário, outro de pai de aluno, outro de aluno; alunos do curso de Odontologia participam de uma equipe de consultório em que um faz o papel de secretária, outro de paciente, um terceiro de auxiliar, outro de cirurgião-dentista-chefe, outro de protético; alunos do curso de Economia e Ad­ministração formam uma equipe para discutir os novos rumos de uma empresa, na qual um é o dono, outro é o contador, outro é o responsável pelas finanças, um quarto pela matéria-prima, outro pelo marketing, outro pela pesquisa de mercado, outro pelo contato com os clientes; e assim por diante.
Esses exemplos mostram como alunos podem aprender desem­penhando papéis próprios de suas realidades profissionais. Cria-se uma situação-problema, organiza-se uma equipe com membros dife­renciados e pede-se que todos, cada um defendendo seu papel, dia­logue com os outros para resolver o problema apresentado.
Para que a aprendizagem aconteça é fundamental que cada ele­mento assuma integralmente seu papel, isto é, comporte-se como tal, defenda as posições próprias daquele papel, procure ter as reações e atitudes próprias daquele personagem.
São objetivos dessa técnica: que seus participantes desenvolvam a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro, o que é fun­damental para nossas atividades profissionais), a capacidade de desempenhar papéis de outros e de analisar situações de conflito se­gundo não só o próprio ponto de vista, mas também o de outras pessoas envolvidas.
Além disso, que possam trabalhar com valores como desenvolvi­mento pessoal, aquisição de habilidades de relacionamento interpessoal, consciência de si mesmo, independência social, sensibilidade a situações grupais.
É uma técnica mais voltada para o desenvolvimento de habili­dades e atitudes dos alunos; o que não impede que ocorra, conside­rando determinados conteúdos já estudados ou sendo estudados na­quele momento.
Essa estratégia em muito incentiva a participação dos alunos e permite avaliar de que modo ele se comporta, na prática, como pro­fissional diante das questões colocadas.



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