(SANTANNA & MENEGOLLA, 1991)
SEMINÁRIO
Essa é uma técnica das mais comuns no vocabulário de professores de
ensino superior ou de alunos. Dá-se essa denominação até para resumo de
capítulos de livro feito pelos alunos e apresentado para seus colegas em aula,
enquanto, muitas vezes, o professor apenas assiste sem interferir. Claro que isso
não é um seminário, nem arremedo de seminário.
O seminário (cuja etimologia está ligada a sêmen, sementeira, vida nova,
ideias novas) é uma técnica riquíssima de aprendizagem que permite ao aluno
desenvolver sua capacidade de pesquisa, de produção de conhecimento, de
comunicação, de organização e fundamentação de ideias, de elaboração de
relatório de pesquisa, de fazer inferências e produzir conhecimento em equipe,
de forma coletiva. Ele envolve professor (professores) e alunos num trabalho de
pesquisa por dois ou três meses.
Como funciona? Em duas partes. A primeira delas corresponde ao ensino
com pesquisa, que já descrevemos. Ou seja: no primeiro momento usa-se a
técnica do ensino com pesquisa até a comunicação final dos resultados de cada
grupo.
A segunda parte consiste no seguinte: os assuntos de pesquisa que foram
distribuídos pelos diferentes grupos guardam entre si uma relação de
complementação, ou de crítica, que não aparece à primeira vista. O professor,
então, estabelece um tema para o seminário que diretamente não foi pesquisado
por nenhum grupo, mas para cujo debate encontram-se ideias e informações nos
vários grupos de pesquisa. Orienta os diferentes grupos informando que não se
trata de uma atividade em que cada um vai apresentar um resumo de sua pesquisa,
mas de se retirar das pesquisas os elementos necessários para a discussão do
novo tema. E, portanto, os diferentes grupos deveriam se preparar para isso.
Marca-se o dia do seminário.
Por ocasião da realização do seminário, o professor aleatoriamente
escolhe um elemento de cada grupo de pesquisa formando com eles uma
mesa-redonda. Os demais assistirão ao debate, podendo participar pedindo a
palavra ao coordenador. Aberta a discussão, cada participante exporá os dados e
as informações que sua pesquisa oferece para o desenvolvimento daquele tema. O
debate se instalará, o professor mediará, inclusive apresentando questões a
serem debatidas, garantindo e incentivando a participação de todos, abrindo
possibilidades de participação também para os ouvintes e conduzindo os
trabalhos de tal forma que no tempo previsto se chegue a produzir um tema novo
com base nos grupos de pesquisa. Então, sim, teremos realizado um seminário.
Nesses moldes, chegaria a afirmar que mesmo em cursos de pós-graduação o uso
dessa técnica é por demais reduzido.
Como disse anteriormente, é uma excelente técnica quando bem
compreendida e adequadamente realizada. Por isso, vale a pena conhecê-la,
praticá-la e permitir que nossos alunos a descubram também.
Leituras
Todos nós professores consideramos bastante importante que os alunos se
preparem para as aulas lendo alguns textos ou preparando algum material. E são
muitas as reclamações de que os alunos não gostam de ler. São muito apressados
quanto à sua aprendizagem.
RECURSOS
A faculdade poderá constatar a disponibilidade de
tais recursos ou, na falta dos mesmos, tomar providências para sua obtenção.
Existe grande variedade de recursos de ensino:
desde os mais simples como quadro-de-giz, cartazes, álbum seriados textos
mimeografados até os mais complexos como retroprojetores, gravadores e
equipamentos multimidia. Convém, portanto, que essa previsão acerca dos
recursos seja feita de forma realista, considerando principalmente a
disponibilidade da instituição e da comunidade.
No ensino superior, os recursos mais utilizados
são: o quadro-de-giz (quadro branco), o retroprojetor, o bloco de papel (flip
chart), o data show, o vídeo e álbum seriado.
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