UNIVERSIDADE,
CIÊNCIA E FORMAÇÃO ACADÊMICA
Palavras-chave: Universidade.
Leitura. Pesquisa. Estudo. Produção do Conhecimento.
FRANCINILDE DE OLIVEIRA SOUSA *
GENOVENA ELOI DE CARVALHO VALÉRIO *
GILVAN DA SILVA MONTEIRO *
GILVAN DA SILVA MONTEIRO *
JOSE ROBERTO SANTOS SOUSA *
MARIA BETÂNIA DE SOUZA FÉLIX *
PAULO CESAR DA SILVA *
MARIA BETÂNIA DE SOUZA FÉLIX *
PAULO CESAR DA SILVA *
RESUMO
Estudo sobre a
Universidade e a produção do conhecimento. Objetiva enfocar a universidade como
produtora de conhecimento; destacar o papel do estudo e da leitura como ações
imprescindíveis para a produção científica e enfatizar a importância da
pesquisa em todas as ações da universidade para produzir conhecimento por meio
do ensino, pesquisa e extensão. Aborda o aspecto normativo das produções
científicas normalizadas e tipifica a pesquisa como bibliográfica pautada nas
abordagens de Witter (1997), Gil (1999), Severino (2007), e Mafra (2011).
Conclui que a universidade possui papel de destaque na construção de uma sociedade
atenta para a leitura dos ambientes provindos da realidade direta ou indireta
visando a interação com os fatos sociais e os conhecimentos gerados, por meio
do diálogo crítico e perceber as mudanças em seu meio, assim como as
necessidades advindas como o intuito de contribuir para o avanço das pessoas em
suas ações.
1 INTRODUÇÃO
A
revolução científica e tecnológica traz para a educação e para professores um
desafio constante. E nesse contexto, é notório que a Universidade ao fomentar
atividades de ensino, pesquisa e extensão contribuem significativamente na
construção do sujeito social, ético e democrático capaz de exercer a cidadania
plena e desenvolver potencialidades para viver e conviver coletivamente.
A intenção desta pesquisa foi fazer um recorte bibliográfico sobre a
temática Universidade e Produção do Conhecimento com o intuito de identificar
aspectos relevantes ao desenvolvimento de competências que facilitem a
aprendizagem da leitura e produção científica coerente e padronizada assumindo
a tríplice dimensão: epistemológica, pedagógica e social.
Nessa linha de pensar, estabeleceu-se como problema de pesquisa: Como a
universidade desenvolve suas ações para possibilitar a produção científica e
contribuir para o desenvolvimento da humanidade?
Teve-se por objetivo principal descrever a universidade e a importância
atribuída ao ensino, leitura e pesquisa para a produção de conhecimento
envolvendo o tripé ensino, pesquisa e extensão. E por objetivos específicos,
destacam-se:
a) enfocar a
universidade como produtora de conhecimento;
b) destacar o papel do estudo e da leitura como ações
imprescindíveis para a produção científica;
c) enfatizar a importância da pesquisa em todas as
ações da universidade para produzir conhecimento por meio do ensino, pesquisa e
extensão.
A pesquisa é apresentada como
bibliográfica alicerçada nas leituras de Severino (2007), Castello Pereira
(2005), Demo (1996), Witter (1997), Gil (1999) e Mafra (2011).
O trabalho está estruturado em
revisões literárias sobre Universidade e Produção do Conhecimento, Estudo,
Leitura e Pesquisa na Universidade, e por fim a Conclusão.
2 UNIVERSIDADE E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
A
universidade, segundo Severino (2007, p.22-23), “[...] expressa sua destinação
última que é contribuir para o aprimoramento da vida humana em sociedade.”. Mas
para alcançar esse objetivo deve investir na pesquisa e extensão exigindo do
universitário mudanças, atitudes de pesquisadores; instigando-os a buscar na
leitura as respostas para os questionamentos sociais, pois a essência do saber
está na busca das íntimas indagações relacionadas as respostas prontas alheias.
Barros e Lehfeld (1990, p.27)
define:
A universidade deve assumir a pesquisa enquanto projeto institucional,
ou seja, para todos os níveis e seguimentos, consolidando a produção cientifica
através de definição de linhas de pesquisa institucionais, estimulando
convergir par elas os projetos de pesquisa que possam surgir em seus cursos de
graduação e pós-graduação e institutos de pesquisa.
A universidade segundo Severino (2007), tem
como objetivo desenvolver profissionais de qualidade, pesquisadores
científicos, e acima de tudo, cidadãos conscientes que sejam capazes de
entenderem suas funções na sociedade a qual estão inseridos. Tais funções
implicam também nas construções individuais voltadas para os indicadores da
cidadania e para construções coletivas de indicadores democráticos.
Com
referência à formação de profissionais qualificados, a Universidade tem
disponibilizado à sociedade diversos cursos, com áreas de conhecimentos
diversos, procurando atender os princípios básicos da sociedade para que todos
os profissionais possam ter mais qualidade dentro da profissão que escolheram,
se adequando nas novas visões tecnológicas.
Para a Universidade contemplar tais
objetivos, ultrapassa o entorno de seus muros e parte para novos horizontes em
busca dos alunos, e com essa iniciativa tem tido mais contato com a sociedade,
conhecendo-a melhor, e nessa contextualização estar realmente fazendo o seu
trabalho de transformadora social.
Acerca desse compromisso social, Severino
(2007, p.23) realça:
Para dar conta desse compromisso, a universidade desenvolve atividades
específicas, quais sejam, o ensino, a pesquisa e a extensão. Atividades essas
que devem ser efetivamente articuladas entre si. Cada uma assumindo uma
perspectiva de prioridade nas diversas circunstâncias histórico-sociais em que
os desafios humanos são postos.
A pesquisa transcende a aluno, eleva-o para
além dos muros universitários. Integra-o na sociedade e este automaticamente
traz a sociedade para a universidade quando estuda os problemas sociais
cotidianos. Tal atitude exige do universitário intensa interação com o objeto a
ser estudado exigindo deste, bastante leitura e muito conhecimento para apresentar
à sociedade sínteses de possíveis respostas, já que o conhecimento é inacabado.
3 ESTUDO E LEITURA NA UNIVERSIDADE
A leitura é promotora de interação que dá significado ao que se fala e ao
que se escreve. Castello-Pereira (2005, p. 47) diz que: “É nessa interação que
se produz o sentido.”. Ruiz (1980, p. 35 apud MAFRA, 2011, p.59) reforça que
“Quem não sabe ler não saberá resumir, não saberá tomar apontamentos e,
finalmente, não saberá estudar.”. Daí pode se observar claramente que a leitura
é norteadora de interlocução como preditivos na construção de conhecimento
dando sentidos para aquilo que se quer produzir.
É importante destacar que a leitura é um instrumento preditivo à
pesquisa, Pois para produzir no meio científico é imprescindível que haja
construção do conhecimento e consequentemente muita leitura, principalmente no
que se refere à leitura como construção de sentido. Para Castello-Pereira (2005,
p.47),
Se a leitura é uma
construção de sentido, pressupõe que o sentido não está pré-determinado no
texto, mas que vai ser elaborado num processo que sugere trabalho, ação entre
as pessoas num movimento dialógico, determinado por vários fatores com a
situação comunicativa, as identidades sócio históricas dos sujeitos envolvidos,
bem como seus interesses objetivos.
Nesse sentido é importante destacar a aplicabilidade da leitura que
ultrapassa a decodificação de palavras. Para tanto é preciso ter uma leitura de
mundo e leitura pontual de referencia fundantes aos trabalhos acadêmicos e
universitários.
Em função dos diferentes objetivos para a leitura há também várias
modalidades que pode ser classificadas como: leitura formativa, leitura
informativa e leitura de distração. Segundo (SERTILLANDES, 1940 apud MAFRA,
2011, p.62):
[...] lemos para nos formar
e ser alguém; lemos com a mira nalgum fim particular; lemos nos animar a
trabalhar e praticar o bem; lemos motivo de distração; a leituras de fundo,
leituras de ocasião, leituras de estímulos ou edificação, leituras de repousos.
Nesse sentido a leitura que faz
necessário no cotidiano de quem exerce uma atividade intelectual e
indispensável aos estudantes de um modo geral, é especialmente, fundante aos
estudantes universitários.
4 PESQUISA NA UNIVERSIDADE
Abordam-se
os conceitos de pesquisa, sua importância e os padrões para apresentação.
4.1 O que é pesquisar?
Para
responder a essa pergunta, pode-se apropriar de vários conceitos, entre os
quais Minayo (1993, p.23), que por um prisma mais filosófico considera a
pesquisa como “[...] atividade básica das ciências na sua indagação e
descoberta da realidade [...] fazendo uma combinação particular entre teoria e
prática.”.
Já de acordo com Gil (1999, p.42): “A
pesquisa tem um caráter pragmático, é um ‘processo’ formal e sistemático do
desenvolvimento do método cientifico. O objetivo fundamental da pesquisa é
descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos
científicos.”.
4.2 A importância da Pesquisa
A ação da pesquisa é próprio da
natureza humana assim como a investigação cientifica que possibilitam o
conhecimento sistematizado que provem dos conhecimentos populares ou “senso
comum” e buscam sanar as curiosidades próprias dos indivíduos.
Nesse sentido Barros e Lehfeld (1990,
p.30) corroboram:
O conhecimento e o conhecer
não se realizam no vazio intelectual, teórico ou prático. É para solucionar
qualquer curiosidade ou problema cotidiano que o Homo sapiens, á base do bom-senso, busca respostas. Essa procura de
respostas já envolve um processo investigativo, mesmo que seja imediato, assistemático
e definido por traços puramente ligados ao senso comum.
Assim, a pesquisa se configura como uma forma de estudo de
determinado objeto e têm objetivos definidos de incorporar conhecimentos aos
indivíduos, tornando-se, por isso, num importante método de aquisição de
saberes.
Certamente que a Universidade, responsável pelo ensino,
extensão e pesquisa, por si só não forma o cidadão, é preciso que haja um
comprometimento individual para superar as dificuldades e uma abertura maior
dos centros de ensino para que mais pessoas adentrem os murros das
Universidades ou que essas universidades façam o caminho inverso e saia dos
seus murros de modo a oportunizar mais pessoas que desmotivadas pelas
dificuldades de acesso por falta de planejamento pessoal dificultam essa
postura e com isso, a universidade não consegue, como prestadora de serviços
sociais cumprir eficazmente seu papel como agente de mudanças, nem tampouco os
atores nos mais diversos níveis conseguem avançar em suas realizações pessoais.
4.3 Padrões normalizadores da Pesquisa
Para que a ciência avance e a universidade dê passos largos na
cientificidade, urge a necessidade de padrões e de modelos de construção e
apresentações de trabalhos acadêmicos. É mais do que necessária que o cientista
em qualquer nível, aprimore a pesquisa e obtenha resultados e discussões
relevantes. Vale destacar que esses padrões estão intimamente ligados à forma
como se dará a pesquisa e ressalta-se a importância da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) a qual oferece padrões para dissertações, monografias,
resumos, dentre outros trabalhos acadêmicos.
No cenário universitário, a apresentação dos trabalhos acadêmicos segue
um padrão rigoroso para que as ideias expostas ao público atinjam com maior
clareza, para quem os sentidos do texto sejam compreendidos. Assim, as normas
brasileiras de trabalhos acadêmicos referidas pela ANBT expressam com clareza
as orientações, com a finalidade de melhorar a compreensão de todos os
envolvidos no processo.
Segundo Demo (1991, p. 34) “[...] pela sua qualidade política e pela sua
qualidade formal.”. Esse pré-requisito só será atingido quando o pesquisador
desenvolver com maior rigor atributos como: curiosidade, criatividade,
integridade intelectual e sensibilidade social além da atitude autocorretiva, a
imaginação disciplinada, a perseverança e a paciência.
Além do mais o resultado dos trabalhos científicos devem ser apresentados
de acordo com as normas da ABNT e normalizado conforme especificações próprias
de cada Universidade, com fundamentação teórica que embasará os questionamentos
abordados, observando-se cuidadosamente para não incorrer em erros que possam
desvirtuar a produção acadêmica.
5 CONCLUSÃO
As dimensões da universidade estão
destacadas pela epistemologia que visa à construção do conhecimento, do saber.
A pedagógica intimamente ligada à aprendizagem, que de certa forma funciona
para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa em si. Sem a dimensão social não
é possível existir reciprocidade em todo processo de desenvolvimento da
universidade. Visto que “[...] o conhecimento é a única fonte, ferramenta que o
homem dispõe para melhorar sua existência.” (SEVERINO, 2007, p.27). Precisa-se
considerar também além da técnica e ciências, os bens simbólicos trazidos ou
adquiridos pelas pessoas que deverão ser articulados intra e extra, visando uma sociedade do conhecimento.
Essa sociedade do conhecimento passa
incondicionalmente pela Universidade, centro da construção do saber, que deve
assumir o compromisso do ensino, pesquisa e extensão a todos que só encontra
legitimidade se for mediada com a intencionalidade de contribuir com o
aprimoramento da existência histórico-social do homem, por meio dos objetivos
propostos no decorrer do trabalho: a) enfocar a universidade como produtora
de conhecimento; b) destacar
o papel do estudo e da leitura como ações imprescindíveis para a produção
científica; c) enfatizar a importância da
pesquisa em todas as ações da universidade para produzir conhecimento por meio
do ensino, pesquisa e extensão.
Diante deste tear de considerações é importante
ressaltar que a construção de uma consciência social, que tanto se busca na
universidade, só será possível com a corresponsabilidade de todos por um novo
modelo de educação e sociedade, objetivando práticas humanas: do fazer, do
poder e saber para a transformação segura e equilibrada do mundo.
UNIVERSIDAD, CIENCIA Y LA FORMACIÓN ACADÉMICA
RESUMEN
Estudio sobre la universidad y la
producción de conocimiento. Tiene como objetivo centrar la universidad como
productor de conocimiento; poner de relieve el papel de estudio y la lectura
como medidas esenciales para la producción científica y hacer hincapié en la
importancia de la investigación en todas las acciones universitarias para
producir conocimiento a través de la enseñanza, investigación y extensión. Se
aborda el aspecto normativo de la producción científica estándar y tipifica la
investigación como la literatura guiada sobre los enfoques de Severino (2007),
Gil (1999), Witter (1997) e Mafra (2011). Llega a la conclusión de que la
universidad tiene un papel destacado en la construcción de una estrecha
colaboración para la lectura de tallo entornos de realidad directa o indirecta
dirigida a la interacción con los hechos sociales y conocimientos generados a través
del diálogo crítico y comprender los cambios en su entorno, así como las
necesidades que plantee el objetivo de contribuir al avance de la gente en sus
acciones.
Palabras clave: Universidad. Lectura.
Búsqueda. Estudio. Producción de conocimiento.
REFERÊNCIAS
BARROS, Aidil de Jesus
Paes de; LEHFELD. Neide Aparceida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas, Petrópolis: Vozes,
1990.
CASTELLO-PERREIRA, Leda Tessari. Leituras de estudo: ler para aprender a
estudar e estudar para aprender a ler. Campinas: Alínea, 2005.
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e
educativo. 2. ed. São Paulo: Cortez,1991.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.
São Paulo: Atlas, 1987.
MAFRA, Johnny José. Ler e tomar notas: primeiros passos da pesquisa bibliográfica:
orientações para produção de textos
acadêmicos. 3. ed. rev. Belo Horizonte: Ed.PucMinas, 2011.
MINAYO,
Maria C. de Souza. O desafio do
conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 1993.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Universidade,
ciência e formação acadêmica. In: ______. Metodologia do trabalho
científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. cap 1, p.21-36.
*Graduandos
do curso de Letras Espanhol da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Programa
de Formação de Professores da Educação Básica do Plano de Ações Articuladas.
E-mail: daiane241@hotmail.com; edilvasilva2009@hotmail.com;francinildevenancio@hotmail.com;
genovale2015@hotmail.com;gilvanmonteiro@icloud.com;zeroberto71@hotmail.com;bethania.felix12@gmail.com;pc-isaac@hotmail.com.
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