Professores robotizados como meros repetidores de conhecimentos escritos nos livros têm causado danos irreparáveis aos educandos. Seguindo este caminho, as escolas têm conseguido fechar as portas da verdadeira educação.
A fim de que o professor consiga encantar o aluno com o conhecimento e conseqüentemente estimulá-lo, é fundamental que o mesmo esteja também encantado. Infelizmente, são muitos os motivos que têm produzido desencanto nos professores, entre eles citamos alguns: formação acadêmica deficiente, renumeração injusta e falta de consciência sobre o que é educação.
Quando ensinamos matemática devemos ter em mente todos os elementos que podem facilitar ou dificultar o ensino do ponto de vista do professor e o aprendizado do ponto de vista do aluno. O bom professor reflete sobre ambos aspectos e busca os ajustes necessários a fim de produzir sintonia de comunicação entre educador e educando.
Podemos dizer que um dos principais motivos que atrapalha o ensino e o aprendizado tanto da parte do professor quanto do aluno é a grande falta de auto-conhecimento. Na verdade, esta questão vai além da própria educação pois é a maior responsável pela ignorância humana. Pouco sabemos se nossos conhecimentos limitam-se apenas ao que está fora de nós. Raros são os que têm coragem de olhar dentro de si. A seguir apresentamos algumas orientações sobre educação.
O que facilita/dificulta o aprendizado ?
Concentração, Atenção e Dedicação
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Auto-controle: Paciência e calma
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Idéias, concepções e teorias prévias
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Regularidade e perseverança
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Equilíbrio emocional e mental
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Auto-estima e auto-confiança: Otimismo
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Organização de tempo, espaço e conteúdo
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Bom conhecimento de suas fraquezas: Realismo
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Conceitos e pré-conceitos
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Boa formação acadêmica prévia
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O que facilita/dificulta o ensino ?
Domínio do Conteúdo Programático
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Sensibilidade consigo próprio e com o aprendiz
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Idéias, concepções e teorias prévias
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Domínio de grupo: liderança e bom senso
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Equilíbrio emocional e mental
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Equilíbrio entre situações extremantes
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Organização de tempo e espaço e conteúdo
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Avaliação flexível e dinâmica do aprendiz
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Conceitos e Pré-conceitos
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Técnicas de Visibilidade:voz, letra, movimentos etc
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O aprendizado é de fora para dentro ou de dentro para fora ?
Ambos. Por um lado podemos ver o aluno no seu plano consciente como uma folha em branco onde poderá ser escrito tudo que ele permita. Por outro lado, podemos ver o aluno no seu plano inconsciente como sabedor de tudo e que necessita de uma ação externa que ative este conhecimento adormecido. Muitas vezes o professor se ilude no ensino quando acredita que é o único detentor do conhecimento e que seu aluno está ali vazio esperando ser preenchido. Outras vezes o aluno se ilude no aprendizado quando acredita nisso.
O ensino deve buscar a raiz do conhecimento procurando torná-lo independente de aprendizados anteriores.
Deve-se evitar que o conhecimento prévio seja a base do aprendizado. Lembre-se o conhecimento também já está dentro do aluno de forma inativa e você deve ativá-lo. Entretanto o aluno pode não ter adquirido este conhecimento ou se o fez pode não ter qualquer lembrança dele.
Não há regra ou método infalível no ensino. O bom educador é sensível, flexível e dinâmico.
Einstein uma vez pronunciou: “No universo existe apenas uma constante: A mudança”. Um bom educador não terá notas de aula empoeiradas e livros amarelados nas estantes.
Aprenda o que e como se deve ensinar, observando o erro que o aluno comete e o que ele fala e escreve.
O bom educador avalia constantemente os limites inferior e superior de conhecimento do aprendiz. No início do processo de ensino, é necessário basear-se pela média deste conhecimento.
Um grande volume de conhecimentos ou a escassez de conhecimentos podem prejudicar tanto o ensino quanto a aprendizagem.
A demonstração de conhecimentos em excesso pode muitas vezes causar aversão, apatia ou admiração no aprendiz e bloquear o processo educativo. A falta de conhecimentos pode produzir insegurança ou desânimo. É importante balizar em que momento pode ser conveniente usar o excesso ou a escassez de conhecimentos.
As linguagens formal e informal, em seu modo oral e escrito, devem ser usadas com equilíbrio e coerência.
Há professores que não sabem ser formais e há professores que não sabem ser informais. Estes extremos prejudicam o alcance do ensino e do aprendizado. Ambos estilos devem ser usados mas a conveniência de uma ou de outra linguagem depende da metodologia usada pelo professor e do momento em sala de aula. Por um lado, a linguagem informal produz descontração e aproxima o aluno do professor. Por outro lado, a linguagem formal apresenta o conhecimento em base mais sólida e científica, treinando o aprendiz a se expressar de um modo mais universal e independente de sua cultura regional.
Qual a melhor maneira de se aprender e de se ensinar matemática ?
Esta é uma pergunta objetiva ou subjetiva? O conhecimento matemático assim como qualquer conhecimento pode ser melhor aprendido ou ensinado em circunstâncias tão relativas ao educador e ao aprendiz que não podemos dar uma resposta universal e infalível a esta pergunta.
Prof. Dr. Akay de Nataraja
Universidade Federal do Amazonas
Akay333@yahoo.com