sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O mecanicismo tem matado a educação

Professores robotizados como meros repetidores de conhecimentos escritos nos livros têm causado danos irreparáveis aos educandos. Seguindo este caminho, as escolas têm conseguido fechar as portas da verdadeira educação.

A fim de que o professor consiga encantar o aluno com o conhecimento e conseqüentemente estimulá-lo, é fundamental que o mesmo esteja também encantado. Infelizmente, são muitos os motivos que têm produzido desencanto nos professores, entre eles citamos alguns: formação acadêmica deficiente, renumeração injusta e falta de consciência sobre o que é educação.

Quando ensinamos matemática devemos ter em mente todos os elementos que podem facilitar ou dificultar o ensino do ponto de vista do professor e o aprendizado do ponto de vista do aluno. O bom professor reflete sobre ambos aspectos e busca os ajustes necessários a fim de produzir sintonia de comunicação entre educador e educando.

Podemos dizer que um dos principais motivos que atrapalha o ensino e o aprendizado tanto da parte do professor quanto do aluno é a grande falta de auto-conhecimento. Na verdade, esta questão vai além da própria educação pois é a maior responsável pela ignorância humana. Pouco sabemos se nossos conhecimentos limitam-se apenas ao que está fora de nós. Raros são os que têm coragem de olhar dentro de si. A seguir apresentamos algumas orientações sobre educação.

O que facilita/dificulta o aprendizado ?

Concentração, Atenção e Dedicação
Auto-controle: Paciência e calma
Idéias, concepções e teorias prévias
Regularidade e perseverança
Equilíbrio emocional e mental
Auto-estima e auto-confiança: Otimismo
Organização de tempo, espaço e conteúdo
Bom conhecimento de suas fraquezas: Realismo
Conceitos e pré-conceitos
Boa formação acadêmica prévia


O que facilita/dificulta o ensino ?

Domínio do Conteúdo Programático
Sensibilidade consigo próprio e com o aprendiz
Idéias, concepções e teorias prévias
Domínio de grupo: liderança e bom senso
Equilíbrio emocional e mental
Equilíbrio entre situações extremantes
Organização de tempo e espaço e conteúdo
Avaliação flexível e dinâmica do aprendiz
Conceitos e Pré-conceitos
Técnicas de Visibilidade:voz, letra, movimentos etc


O aprendizado é de fora para dentro ou de dentro para fora ?

Ambos. Por um lado podemos ver o aluno no seu plano consciente como uma folha em branco onde poderá ser escrito tudo que ele permita. Por outro lado, podemos ver o aluno no seu plano inconsciente como sabedor de tudo e que necessita de uma ação externa que ative este conhecimento adormecido. Muitas vezes o professor se ilude no ensino quando acredita que é o único detentor do conhecimento e que seu aluno está ali vazio esperando ser preenchido. Outras vezes o aluno se ilude no aprendizado quando acredita nisso.

O ensino deve buscar a raiz do conhecimento procurando torná-lo independente de aprendizados anteriores.

Deve-se evitar que o conhecimento prévio seja a base do aprendizado. Lembre-se o conhecimento também já está dentro do aluno de forma inativa e você deve ativá-lo. Entretanto o aluno pode não ter adquirido este conhecimento ou se o fez pode não ter qualquer lembrança dele.

Não há regra ou método infalível no ensino. O bom educador é sensível, flexível e dinâmico.

Einstein uma vez pronunciou:  “No universo existe apenas uma constante: A mudança”. Um bom educador não terá notas de aula empoeiradas e livros amarelados nas estantes.

Aprenda o que e como se deve ensinar, observando o erro que o aluno comete e o que ele fala e escreve.

O bom educador avalia constantemente os limites inferior e superior de conhecimento do aprendiz. No início do processo de ensino, é necessário basear-se pela média deste conhecimento.

Um grande volume de conhecimentos ou a escassez de conhecimentos podem prejudicar tanto o ensino quanto a aprendizagem.

A demonstração de conhecimentos em excesso pode muitas vezes causar aversão, apatia ou admiração no aprendiz e bloquear o processo educativo. A falta de conhecimentos pode produzir insegurança ou desânimo. É importante balizar em que momento pode ser conveniente usar o excesso ou a escassez de conhecimentos.

As linguagens formal e informal, em seu modo oral e escrito, devem ser usadas com equilíbrio e coerência.

Há professores que não sabem ser formais e há professores que não sabem ser informais. Estes extremos prejudicam o alcance do ensino e do aprendizado. Ambos estilos devem ser usados mas a conveniência de uma ou de outra linguagem depende da metodologia usada pelo professor e do momento em sala de aula. Por um lado, a linguagem informal produz descontração e aproxima o aluno do professor. Por outro lado, a linguagem formal apresenta o conhecimento em base mais sólida e científica, treinando o aprendiz a se expressar de um modo mais universal e independente de sua cultura regional.

Qual a melhor maneira de se aprender e de se ensinar matemática ?

Esta é uma pergunta objetiva ou subjetiva? O conhecimento matemático assim como qualquer conhecimento pode ser melhor aprendido ou ensinado em circunstâncias tão relativas ao educador e ao aprendiz que não podemos dar uma resposta universal e infalível a esta pergunta.

Prof. Dr. Akay de Nataraja
Universidade Federal do Amazonas
Akay333@yahoo.com



2 comentários:

  1. Muito boa sua postagem. São alguns métodos que realmente podem ajudar a facilitar a aquisição de conhecimento dos nossos alunos.
    Creio que a ferramenta mais importante para despertar o interesse dos nossos alunos é o conhecimento. o professor precisa demonstrar segurança de conteúdo e que tem conhecimento, para que seu aluno fique convencido de que realmente está aprendendo com alguém que sabe ensinar e aprender ao mesmo tempo.

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  2. Muito bom!
    Acredito na constante troca...
    Pois quem ensina, é o que mais aprende.

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