A relação currículo e
tecnologia se estabelece por intermédio das diversas lógicas de reorganização dos
processos de aprendizagem. A diversidade presente nos conteúdos e formas da sua
organização, reforçada pela noção de currículo como uma construção
plurissignificativa, reflete-se nos processos de mediação.
Nesse contexto, o
desenvolvimento curricular perpassa, inevitavelmente, pelas novas relações com
o saber que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) oportunizam e potencializam,
articulando a escola com outros espaços produtores do conhecimento, provocando
mudanças substanciais no interior do espaço escolar e construindo, inclusive,
uma cultura colaborativa. As profundas transformações no universo da mídia
impulsionam a escola, pelo papel que esta desempenha, a compreender a cultura
tecnológica, aproveitando as características dos diferentes veículos de
comunicação e informação, e objetivando a melhoria dos processos de ensino-aprendizagem
e, consequentemente, aumento dos padrões de qualidade do ensino.
A concepção de educação
estabelecida atualmente pela sociedade do conhecimento visa romper com a
sequência hierárquica de conteúdos que caracteriza a formação tradicional e assume
uma postura problematizadora, vivenciando a dialética da própria aprendizagem e
da aprendizagem dos alunos, oportunizando reflexões importantes sobre como se
aprende e como se ensina. Em conformidade com esses pressupostos, reafirma-se a
concepção de ensino, em que as TICs exercem um papel fundamental na construção
de saberes.
Nessa perspectiva, ao
visar uma educação de qualidade, torna-se necessário repensar o professor
competente e consciente da realidade social em que atua, com sólida
fundamentação teórico-metodológica que lhe possibilite interpretar essa
realidade e escolher, com segurança, os procedimentos para fazer as
intervenções pedagógicas necessárias, auxiliado pelos recursos tecnológicos
disponíveis na escola onde atua.
Enfatiza-se ainda que,
após o desenvolvimento de novos meios de difusão, as informações deixaram de
ser apresentadas exclusivamente atreladas à figura do professor. Com o aumento crescente
das informações, as crianças e jovens, chegam às instituições escolares
trazendo consigo uma bagagem que extrapola os limites oriundos da família, do
professor e da própria escola. Sabe-se que informação é diferente de
conhecimento e embora o aluno disponha de muitas informações, ele ainda
necessita das orientações de um profissional que, através de um diálogo pedagógico,
o auxilie a refletir criticamente sobre essas informações.
Considerando que as mídias
estão presentes em todos os contextos de aprendizagem, o professor passa a
desempenhar o papel de dar sentido ao uso das mídias impressas e eletrônicas, de
forma a produzir conhecimento, considerando infinitas possibilidades, posto que
as mídias, se bem utilizadas, oportunizam novas situações de aprendizagem. Nessa
premissa, o educador deve atuar como mediador que lança novos desafios
subsidiados pelas numerosas contribuições que as TICs trazem para as atividades
de ensino e para o processo de aprendizagem do aluno, constituindo-se em
parceiro de um saber coletivo ao qual lhe compete organizar, deixando de se
apresentar como o núcleo do conhecimento para tornar-se um otimizador desses
conhecimentos, fornecendo meios e instrumentos, estimulando o diálogo, a reflexão
e a participação crítica. Torna-se fundamental que o professor tenha
conhecimento
Texto: Referencial Curricular de Ciências
Naturais do Ensino Fundamental de 5ª a
8ª série/6º ao 9º ano
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