sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Cinco Modelos de Gestão Escolar

1 Coordenadores de turno para solucionar imprevistos

Um dos principais desafios de Getúlio Fagundes ao assumir o cargo de diretor na EMEF Marcírio Goulart Loureiro, em 2007, foi fazer com que os pequenos "incêndios" diários não bagunçassem o cotidiano. Para tanto, ele escolheu, entre os membros da equipe, três professores para ser coordenadores de turno: Eneida Braga, Leonardo Gelpi Ruhe e Cláudia Menezes. Eles atuam como eventuais na falta de um titular, resolvem os conflitos entre os alunos e preparam os espaços para atividades especiais. "Quando essas questões são resolvidos sem estresse, a rotina segue normalmente", afirma o diretor. Ele lidera uma equipe que conta ainda com dois vices - que cuidam das questões financeiras e administrativas em diferentes turnos e o auxiliam no planejamento de projetos institucionais -, uma orientadora educacional, que faz o contato com as famílias, e quatro coordenadores pedagógicos, responsáveis pela supervisão docente. São esses últimos também que levam os problemas mais graves detectados pelos coordenadores de turno à direção.
Todas as terças-feiras, a equipe discute problemas pontuais, avalia as ações em curso e planeja os próximos passos. "Os debates para chegar a um consenso são a maior riqueza que um trabalho coletivo pode ter", afirma Ricardo Menegotto, um dos vice-diretores. Com as funções bem definidas, Getúlio se dedica ao planejamento geral e a manter uma boa relação com o conselho da escola.
2 Burocracia e administração descentralizada
            O Jardim de Infância da 308 Sul é uma escola pequena, mas a estrutura administrativa é bem articulada. Tanto a diretora, Maria Valderez Moraes, como a vice, Andréia dos Santos Gomes, têm autonomia para assinar documentos e tomar decisões que dizem respeito ao planejamento escolar. "Nós duas temos responsabilidade sobre as ações em andamento", afirma Maria Valderez, que se ocupa mais do contato com a Secretaria de Educação, a Diretoria de Ensino e a comunidade, da atuação junto ao conselho e da elaboração e atualização do projeto político-pedagógico (PPP). Ambas puderam convidar outros profissionais para participar da equipe. Usaram critérios técnicos para escolher a supervisora administrativa, Gabriela de Oliveira Melo, que zela pelas instalações do prédio e cuida das finanças, e a chefe da secretaria da escola, Raquel Lucas da Silva, que responde pela organização dos documentos, pelas matrículas e pelo controle de transferências e faltas.
            Do pedagógico, aliás, Valderez também não cuida sozinha. Faz parte da equipe gestora a supervisora pedagógica Elisvânia Amaro da Silva, que responde pela formação continuada dos docentes, monitora a implantação das diretrizes curriculares e acompanha o trabalho dos coordenadores pedagógicos - na rede, eles são escolhidos pelos professores para atuar diretamente na sala de aula como eventuais ou auxiliares.
3 Decisões e ações compartilhadas
            Com uma equipe gestora enxuta, a EMEF Anísio Teixeira consegue, além de dividir bem as tarefas, estabelecer um bom fluxo de informações. A direção é compartilhada por três coordenadores: Ednalva Santos Silva (geral), André Fernandes (administrativo) e Maria Bernadete da Conceição (pedagógica). Ednalva representa a escola nos eventos da Secretaria de Educação e é a interlocutora quando se trata de relacionamento com a comunidade. André cuida das ações ligadas à tesouraria, à secretaria e à infraestrutura. A coordenadora pedagógica orienta os professores de acordo com as metas do PPP, acompanha o desenvolvimento dos alunos com base nos registros dos docentes e nas observações de sala de aula e organiza as reuniões de pais. Com isso, a coordenadora geral foca sua ação na análise dos problemas e no planejamento das ações pedagógicas e institucionais. "A equipe enxuta facilita a tomada de decisão e o bom fluxo de informações, permitindo um trabalho alinhado", explica Ednalva.
            Os três gestores frequentam os encontros mensais de formação oferecidos pela Secretaria de Educação, em que encontram profissionais de outras escolas para compartilhar experiências. Mensalmente, gestores, professores e funcionários se reúnem para fazer o planejamento e avaliar as ações pedagógicas.




4 Nova estrutura para atender em tempo integral


            O Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) passou por uma recente reestruturação. A diretora, Maria Olívia de Araújo, e a coordenadora de finanças, Neusivânia Ribeiro Dias Moraes, que cuida das questões burocráticas e administrativas, receberam profissionais para dar suporte às novidades da escola em tempo integral. Três novas coordenações foram criadas: a de cultura, a de desportos e a de biblioteca e sala de informática, que planejam e supervisionam as atividades extracurriculares. Existem ainda quatro coordenadoras pedagógicas, que fazem a formação de professores e se dividem por segmento. No Caic, os imprevistos são resolvidos por quatro coordenadoras de apoio, que não integram a equipe gestora, mas supervisionam o recreio, monitoram o atraso dos alunos e atuam como professoras eventuais. A equipe gestora inclui ainda duas orientadoras educacionais, que se ocupam das relações entre professores, alunos e pais e são apoiadas por uma psicóloga. Juntas, elas têm a missão de solucionar os problemas mais graves de indisciplina e acompanhar o desenvolvimento dos alunos. 
            Graças à boa divisão de tarefas, Olívia encontra tempo para desenvolver um projeto cujo objetivo é minimizar os problemas de saúde entre os professores. A diretora também faz questão de passar diariamente nas salas de aula e, assim, manter um relacionamento direto com docentes e alunos.

5 Boa relação entre escola e comunidade

            Quando a EMEF Professora Mariana Teixeira abre os portões, a diretora, Lídia Martins de Araújo, faz o que chama de trabalho de portão. Ela é a principal articuladora entre a escola e a comunidade. Além de receber os alunos, aproveita a entrada para conversar com os familiares. Lídia também comanda as reuniões bimestrais com o Conselho de Escola - formado por alunos, pais e professores - e participa dos encontros da Associação de Amigos da Escola. Enquanto o primeiro grupo faz demandas e ajuda a elaborar o projeto pedagógico, o segundo autoriza o emprego das verbas recebidas. A assistente de direção, Patrícia Ferraz Silveira, cuida de questões pontuais, como o controle de frequência dos alunos, os serviços de secretaria e a orientação do trabalho dos funcionários, fazendo a ponte entre esses e a equipe gestora. A escola conta ainda com o trabalho de uma orientadora pedagógica, Renata Marques, e de uma orientadora educacional, Haldia Mary Matias. Ambas participam dos encontros de formação oferecidos pela Secretaria Municipal de Educação. Contudo, no dia a dia, Renata mantém o foco na formação docente, que se dá semanalmete, em dois encontros, totalizando cinco horas de estudo - e que algumas vezes tem a participação da diretora e da orientadora educacional. Esta, por sua vez, ajuda os professores a trabalhar as dificuldades dos alunos organizando planos de estudo. Haldia prepara uma pasta de acompanhamento para cada um, com objetivos que devem ser alcançados e orientações. Ela também ajuda a resolver pequenos problemas cotidianos, como brigas entre os estudantes e acompanha as assembleias e reuniões.

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