sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

OS VALORES HUMANOS NO ENSINO PELO COMPUTADOR

Isto se traduz no resgate de valores essenciais e para isso é necessário verificar que valores serão desprezados e aqueles que devem fazer parte de nosso repertório.Temos valores que fazem prevalecer à cultura de consumo, associado ao TER e valores humanos que envolvem as necessidades do SER. Ambas importantes, desde que integradas.De que modo articular estes dois universos e viabilizarmos na prática a construção de uma vida com qualidade de fato. Trazer da esfera subjetiva que é o SER, para uma estrutura objetiva, portanto concreta, que se materialize e justifique a função existente da transição TER e SER. De algum modo é preciso tornar esta questão uma necessidade de modo a criar uma mobilização natural da vida de uma pessoa.
Se considerarmos, por exemplo, a necessidade dos recursos da informática que vêm sendo disparados de forma tão rápida em vista de um processo que se iniciou e que já não mais pode ser paralisado. Dizer que a máquina substitui o homem? Dizer que o ensino através do veículo "computador" é menos humanizado? Podemos levantar inúmeras possibilidades as quais inclusive considera uma supremacia do TER em detrimento de SER.
Em nome da evolução apenas produzimos? Criamos?
Apenas acompanhamos a modernização dos recursos utilizados na tarefa de educar?
Seria o nosso trabalho tão puramente mecânico, tendo em vista a existência de programas já antes pensados para que pessoas humanas, sendo estas crianças, jovens e adultos aprendam e preencham expectativas do saber?
Ou será nossa tarefa o simples oferecer dados? E o viver? E o respeitar o ritmo que cada um possui, já nos encaminha a pensar sobre uma ação mais personalizada?
Pois bem, chegamos ao ponto central levantado anteriormente: a conciliação destes recursos tão inovadores, tão competentes e eficazes com o processo de desenvolvimentos das crianças e do jovem que o utiliza.
Aprender através do incrível leque de oportunidades que o ensino através da informática oferece, onde o aprender torna-se mais fácil e adaptado à modernidade, preparando estas crianças para o seu presente e futuro de onde continuarão inovando ainda mais.
O impacto da informatização modifica e interfere neste processo de aprendizagem, de maneira tal que caberá ao professor, educador e aos pais, que esta seja uma influência positiva.
Cabe portanto a nós que temos um recurso tão valioso de ensino, dar nosso toque de humanidade, somando a isso, o que temos também de precioso a contribuir: uma cultura específica e própria ao grupo que se pertence, que são nossos valores e princípios.
Quando surgiu o computador para uso pessoal, foi apostando que pessoas e suas famílias pudessem se beneficiar e otimizar tempo e ganhar qualidade e objetividade em seus serviços (desde a confecção de cartas, trabalhos escolares a projetos e pesquisas de cunho profissional).
Este segmento foi conquistado e continuamos cada vez mais aprendendo a utilizar destes benefícios. Enfim a escola ganha também este espaço, e neste processo infinito que é o desenvolvimento humano, devemos nos perguntar:Como sermos suficientemente apropriados para possibilitar o crescimento intelectual e emocional e também a capacidade criativa através do ensino pelo computador?
Ou seja, como tornarmos esse rico instrumento a favor do Homem, podendo ele agregar valor a si. E esse é nosso trabalho. Cabe ao professor de várias disciplinas, da figura do educador da escola e da família, do profissional do laboratório de informática e também, oferecer o elemento humano fundamental na junção da teoria e prática, que quando unidos certamente produzem um ensino, com efeito, crítico e ético e não uma mera máquina para entreter.
É pensando nesta soma que vamos refletir sobre a educação e a violência que aprendemos na família e reproduzimos em nossas relações inclusive no trabalho.
Então, se somos condutores deste recurso de ensino pelo computador, precisamos garantir nossa dose de resolução pessoal ao máximo e isso significa expressar o humano que se é, verificando em nós mesmos determinados padrões viciados ou crônicos, que tiram a qualidade de nosso contato com a vida e com as pessoas.
É portanto a violência, a negligência, a exclusão do conhecimento para muitos, talvez o maior dano que a humanidade vem sofrendo, modificando a concepção de que a violência é um processo distante da interação pessoal.


Luiza Ricotta
Psicóloga, escritora e professora de Pedagogia,professora-supervisora em psicodrama pelaFederação Brasileira de Psicodrama, Terapeuta Famíliar pela PUC/SP.

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